Depois de uma visita ao blog do colega Dênis de Moraes (http://www.comcult.blogspot.com/), que tinha um texto de Caio Fernando Abreu que cita o seu primeiro encontro com Clarice Lispector, fiquei curiosa para saber mais sobre a vida íntima da escritora.
Clarice Lispector era uma escritora que não gostava de expor sua intimidade. Porém em seus textos deixava transparecer a mulher temperamental, lúcida, maternal e grande apreciadora da vida. Me identifiquei muito com seu modo de se ver e de ver a vida. Mas isto não vem ao caso.
Clarisse tinha um jeito todo especial de escrever. Ela escrevia de maneira simples e, como ela dizia, pobre: "Eu escrevo simples. Eu não enfeito". A maioria de suas escritas foram um misto de sensações internas e individualizadas. Quem já leu suas obras fala que Clarice vivia em um mundo totalmente fora da nossa realidade, mas não deixavam de serem ótimos. Talvez este era o seu mistério para o sucesso: escrever de forma simples um enigma. "Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca".
Foi uma grande mulher que se dividia em escritos, filhos e conhecer-se. E isto fez com que escrevesse sobre a vida e não histórias. Cada vez que viva mais, escrevia mais. Afirmava que não era uma escritora, pois não fez disso uma carreira. Dizia que era uma intuitiva: escrevia a medida que sentia impressões individuais. "... eu só escrevo quando eu quero, eu sou uma amadora e faço questão de continuar a ser amadora. Profissional é aquele que tem uma obrigação consigo mesmo de escrever, ou então em relação ao outro. Agora, eu faço questão de não ser profissional, para manter minha liberdade." .
É um mistério Clarice Lispector. E seus textos trazem sensações surpreendentes. Lê-la é uma dica que eu deixo no blog.
"É um nome latino, né, eu perguntei para o meu pai desde quando havia Lispector na Ucrânia. Ele disse que há gerações e gerações anteriores. Eu suponho que o nome foi rolando, rolando, perdendo algumas sílabas e se transformando nessa coisa que parece "LIS NO PEITO", em latim: flor de lis. "